Ela chegou de forma inesperada e fez bastante estragos, principalmente em segmentos não-essenciais, como é o caso da indústria brasileira de moda. Mas, embora a pandemia do coronavírus tenha gerado uma crise grave no setor (foram mais de 70 mil demissões somente no primeiro semestre de 2020), o mercado está otimista quanto à recuperação da indústria têxtil após a pandemia, com ótimas perspectivas para 2021.
Porém, especialistas do ramo advertem: a retomada do crescimento das empresas têxteis deve se sobrepor a vários desafios e a questões como relacionamento com consumidor, propósito de marca, inovação e adaptação aos novos tempos.
Isso porque, antes da disseminação do coronavírus, a moda já estava passando por uma transformação. Agora, depois do período de recessão, essa virada deve ficar ainda mais evidente, com um redesenho de toda a cadeia de valor do vestuário.
Para ajudar você a se reinventar nesse momento cheio de oportunidades, nós preparamos uma seleção com 4 dicas para você adotar como estratégia para recuperar os ganhos da sua marca têxtil. Vamos a elas?
Dica 1: rever o propósito da sua marca
Há muito tempo que ter um propósito muito bem definido tem se mostrado como o maior diferencial de grandes marcas. Ter um propósito é ter uma razão de existir, e quando falamos de marcas, estamos falando de organizações que tenham uma razão aspiracional de ser, que proporcione benefícios para a sociedade local e global.
É hora de rever qual o propósito do seu negócio e confirmar se ele está alinhado com o desejo do seu consumidor, lembrando que refletir os desejos e anseios do público o tornarão ainda mais relevante nesses tempos sensíveis.
Dica 2: fortalecer a relação com o sustentável
No momento pós-pandemia, não deverá mais haver espaço entre o discurso e a prática sustentável. Empresas adeptas de modelos de negócios que produzem resíduos e prejudicam o meio ambiente serão vistas com crescente antipatia por uma sociedade cada vez mais consciente do próprio papel no equilíbrio entre Homem e natureza.
Mais inseguras (um colateral da pandemia), as pessoas irão escolher melhor onde compram, e marcas sustentáveis terão a preferência. E é sobre o comportamento desse novo consumidor que falamos a seguir.
Dica 3: ouvir o consumidor
As mudanças no comportamento de consumo já eram anunciadas há bastante tempo por pesquisadores especializados. A pandemia acelerou esse processo, e as marcas já estão se preparando para as novas preferências dos clientes. Um produto final de valor não será apenas uma mercadoria de qualidade, mas um item sustentável em toda a sua cadeia produtiva.
Outro ponto observado por quem prevê comportamentos, como a WGSN, é o corte do que não é essencial, com redução das compras por impulso. Além desse cuidado com produtos, a marca precisará ser criativa para comunicar essas medidas de forma atrativa para seus clientes.
Dica 4: investir em tecnologia
A recuperação da indústria têxtil vai depender, também, da revisão dos processos fabris. A redução de custos será um fator decisivo para aumentar a lucratividade. Porém, para isso, será preciso investir. A automação industrial, um dos elementos principais da Indústria 4.0, é mais do que uma tendência; ela é o caminho natural das plantas fabris.
As fábricas que já estavam adiantadas na adoção desse novo conceito puderam contornar melhor os impactos da pandemia. Isso se deve à segurança que processos automatizados oferecem aos colaboradores, expondo menos os recursos humanos – excelente argumento quando estamos falando de uma doença altamente contagiosa.
Sistemas de gestão que integrem todos os setores, beneficiando os processos com agilidade, redução de erros e tomadas de decisões mais assertivas, são também uma das tecnologias principais que diferenciam empresas que vão se recuperar de empresas que terão maior dificuldade em se manter relevantes em um mercado altamente competitivo.
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