Gestão, Tecnologia 07/11/2017

Talvez você ainda não tenha descoberto a importância do CDO (Chief Data Officer), mas deveria. Embora possa até ser confundido como o CIO (Chief Information Officer), cada um exerce funções distintas, no entanto, complementares.

Ambos são fundamentais na gestão, principalmente de dados. Enquanto o CIO é, por definição, o diretor de TI, o CDO tem papel ainda mais analítico. Isso porque é ele quem tem a responsabilidade por gerenciar a quantidade massiva de dados gerada por tecnologias de Big Data.

O Chief Data Officer é o profissional que deverá ser mais requisitado nos próximos anos. A pesquisa da Price Waterhouse Cooper  “Great expectations: The evolution of the chief data officer” exibe números expressivos sobre a evolução do cargo e já deixa explícito no título o que vem por aí. E para que você se antecipe as tendências do mercado, desenvolvemos um artigo sobre tudo o que você precisa saber sobre a importância do CDO.

Big Data, a matéria-prima para avanços corporativos

Antes de nos aprofundarmos na definição de CDO, vamos relembrar o que é Big Data. Cada vez mais, empresas de grande porte estão valendo-se da utilização de dados extraídos online e em tempo real para balizar decisões estratégicas, aliando-se aos recursos do ERP e do acúmulo de informação.

Toda ação que envolve Big Data implica no controle de volumes imensos de informação. Esses dados podem ser estruturados ou não, dependendo de como eles são extraídos e qual a sua fonte.

Dados de redes sociais, por exemplo, geralmente não são estruturados. Há a necessidade de que sejam reinterpretados, à luz da realidade da empresa, seus objetivos e até do que eles próprios revelam, para que sua utilização seja assertiva.

Além das redes sociais, outras duas fontes de dados primárias, no contexto de Big Data, são os dados gerados por streaming (transmissões online) e aquelas disponíveis publicamente em sites de entidades públicas.

A partir dos dados coletados, somados ao uso de ferramentas de analytics, torna-se possível prever comportamentos, detectar focos de prejuízos e antecipar-se a falhas em processos.  Uma grande variedade de usos pode ser aplicada, mas para isso, é necessária a mobilização intensa de profissionais de tecnologia. Para que esses dados possam servir para melhorias operacionais ou de performance, entra em cena o Chief Data Officer.

Exemplo de uso bem sucedido de dados em massa

Um caso de sucesso em gestão e execução de estratégias baseadas em Big Data vem de uma grande empresa de transportes norte americana. Os aparelhos de GPS instalados em cada um de seus veículos geram um enorme volume de dados que, se não fossem tratados com o uso de ferramentas de analytics, de nada serviriam.

Com a aplicação dos conceitos de Big Data, a empresa pôde poupar mais de 8 milhões de litros de combustível. Esse corte, por sua vez, só foi possível graças à reinterpretação dos dados fornecidos pelo seu enorme banco de dados gerado pelo rastreamento da frota por GPS.

Eliminando distâncias superiores a 85 milhões de milhas (o que equivale a 136.8 milhões de Km) percorridas diariamente, chegou-se à economia diária de 30 milhões de dólares. Esse montante passou a ser poupado depois de concluir, baseando-se nos dados em massa, que cada motorista poderia deixar de percorrer cerca de uma milha (o equivalente a 1,60934 Km) por dia.

Quais as atribuições do Chief Data Officer?

Quando lidamos com a coleta de dados em massa, é necessária a compreensão de que esses dados devem atender a interesses específicos. Para isso, o Chief Data Officer é hoje o profissional mais indicado, já que cabe a ele estudar a validade dos dados armazenados.

Paralelamente a essa análise crítica, o CDO precisa considerar outros fatores envolvidos. Os dados precisam ser compatíveis com os objetivos propostos, sem ir de encontro à cultura organizacional e não representar investimentos onerosos.

Um exemplo disso é quando se busca prever o comportamento do consumidor. Digamos que uma análise de dados mostrou que determinado segmento poderia ser satisfeito se a empresa investisse num produto que ainda não faz parte de sua linha.

Em contrapartida, se esse hipotético novo produto não tem relação com o histórico da empresa ou representa uma ruptura com o modelo de negócios estabelecido, talvez um possível investimento seja arriscado demais.

Por esse e outros motivos, um executivo que assuma a função de operacionalizar os recursos de Big Data precisa ter formação ampla. Além da tecnologia, ele precisa ter habilidade em negociar, trânsito livre entre setores distintos e altíssima capacidade de gerar insights com base em dados de diversas fontes.

Nas empresas que têm foco em inovação, sua função é ainda mais importante. Afinal, é a partir de informações de mercado e do surgimento de tecnologias recentes que se fundamentam ações inovadoras.

Essas empresas, via de regra, são melhor atendidas pelo CDO quando têm origem na era pré-digital, anteriores à massificação do acesso web por dispositivos móveis. É ele quem faz a “tradução” dos recursos digitais em ações e estratégias nas empresas que ainda não têm consolidada a cultura de uso de dados.

Atuar em sinergia e ter visão disruptiva são atributos do CDO

Podemos perceber que o Chief Data Officer é mais do que um profissional ligado à tecnologia. Em se tratando de Big Data, de nada vale o uso de poderosos bancos de dados, computação em grade ou análises em memória se não há pessoas que saibam o que fazer com eles.

Portanto, saber trabalhar em sinergia com outros profissionais e setores é fundamental para esse novo profissional de gestão de dados em massa. O primeiro deles é o CIO, que por ser o cargo mais importante num setor de TI, e deverá ser a figura consultada antes de qualquer ação que pretenda utilizar Big Data.

Não menos importante, empresas mais suscetíveis a perdas por conta das constantes mudanças no mercado digital precisam ter organização que dê conta de enfrentar desafios cada vez mais inesperados. Nesse sentido, contar com um CDO qualificado é uma tremenda ajuda.

Essa qualidade é especialmente importante em tempos de inovações disruptivas. Grandes empresas operam com modelos de negócios solidamente estabelecidos e naturalmente tendem a perpetuá-los.

A hegemonia, no entanto, pode ser quebrada quando surgem novos players. Esses novos atores atendem a demandas de grandes públicos, até então não percebidas por grandes corporações, altamente especializadas em determinados nichos de mercado.

Portanto, quem conta com o cargo de CDO em seus quadros estará pronto para novos e surpreendentes desafios, não importa de onde venham.

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